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global
O olhar
CAIÇARA
O
uvimos muito falar dos caiçaras, mas por
vezes não sabemos que a origem desse povo
surgiu no século 16, fruto da miscigenação
entre indígenas, portugueses e negros, e
que eles desenvolveram um modo de vida
particular associando à pesca, à agricultura familiar, ao
extrativismo e ao artesanato como principais atividades
cotidianas. A culinária, música, dança, mutirões e festas,
especialmente o “Fandango”, são outros elementos que
compõem a identidade dessa gente, e que fazem parte da
cultura popular. São grupos tradicionais, que vivem ao lon-
go do litoral do Paraná, São Paulo e sul do Rio de Janeiro.
A ligação deles com a Mata Atlântica é forte, a Jureia, por
exemplo, localizada no litoral sul de São Paulo, foi declara-
da pela Unesco como Sítio do Patrimônio Mundial Natural
por guardar diversos ecossistemas, como restinga, man-
guezais, banhados, praias e costões rochosos – todos pre-
servados pelas aldeias da floresta que habitam o lugar há
centenas de anos. Foi nesse paraíso ecológico que a Artesol
desenvolveu, durante um ano, mais um de seus projetos.
O trabalho envolveu a capacitação dos artesãos da
Associação Jovens da Jureia (AJJ), uma organização não
governamental sem fins lucrativos, criada em 1993, com o
objetivo de manter vivos os costumes caiçaras, impulsio-
nar a geração de renda e a permanência das comunidades
emseus territórios de origem. A partir da criação damarca
Criqué Caiçara, a Artesol apostou em temas voltados para
a identidade cultural, o manejo sustentável, o aprimora-
mento técnico e o desenvolvimento de produtos, a gestão
da produção, a infraestrutura e a segurança no trabalho,
o modelo de negócio, o empreendedorismo, o comércio
justo, a formação de preço, a comunicação e a tecnologia.
É encantador ver o novo portfólio dos participantes, que
Artesol revela a cultura brasileira
em mais um projeto de apoio às
comunidades artesãs